segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Noites que passaram, Noites que virão (Episode 1)

(apertem o play, e sejam bem vindos as Noites...)



Um rosto era coberto por lágrimas. Uma alma era libertada. Lábios anseavam por um último beijo. Um coração partido buscava trazer a tona um último resquício do que já foi um forte sentimento. No abrigo de um abraço, os dois amantes tentavam inutilmente se proteger do frio e da garoa cortante que também se faziam presentes naquela noite. Curtas promessas eram feitas em meio a todas as incertezas de tudo o que estaria por vir. A mais importante delas, foi por Ele feita, enquanto jurava repetidamente em sua cabeça, sob qualquer circunstância, nunca mais se submeter às vontades suicídas de seu inocente coração. Nos olhos Dele, o Vermelho da raiva era exatamente o mesmo velho Vermelho que antes coloriu os maravilhosos e distantes dias de amor, loucura e paixão. A fina garoa se entrelaçava e encaixava de maneira interessante com a luz vinda de cima. Aquela fina garoa, de certa forma, lavava a alma Dele, e levava embora todos os escombros de cada sonho que fora até ali construído ao lado Dela. O doce gosto do amor nunca fora tão rapidamente transformado em um amargo fel. Ela tinha plena convicção do que estava acontecendo naquela noite, e mesmo sabendo do provável arrependimento futuro, seguiu firme em sua sem sentido e confusa decisão. Felizmente, para Ele, naquela noite que terminaria em lágrimas, um último beijo aconteceu. Que inconsequente e insensata decisão adolescente! Ao menos, para Ele, toda aquela peculiar tolice conjunta valeu a pena, e deu um curto aceno de felicidade para uma noite absolutamente triste e perdida. Naquela noite, exatamente naquele momento, o tempo parou pra Ele. Sua mente girava em um violento furacão de memórias e frenéticos pensamentos, enquanto os lábios Dela provavam pela última vez o mel do amoroso beijo Dele. Aquele beijo o confundiu, pois mascarava a dor imposta pelo silêncio e pelas duras palavras Dela, anteriormente na mesma noite. A tristeza Dele, depois de certo tempo, foi transformada em boas memórias e em aprendizado para os dias futuros. A paixão e o prazer da época solidificaram-se e ficaram imersos no baú de memórias daqueles curtos e divertidos dias. Como já era esperado, Ele virou-se, buscou refazer e repensar seus passos  e pôs-se novamente a caminhar pela infinita estrada dessa vida.

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