Amizade Virtual

como eu ja disse amizade virtual é um assunto muito polêmico, talvez pelo risco que isso pode ter, mais na minha opnião é tudo questão de logica

Amor não é LEGO

Antes de mais nada, queria agradecer a Kherolaine que me ajudou com o titulo do post e deu a ideia de inserir musica no post,

Midnight Kiss... (01-01)a

Vento no rosto. Céu claro. Cheiro de cidade pequena. Sem a nuvem de fumaça a macular o céu, e nem o cheiro a macular a vista. Sábado.

Sunshine

O presente post é mais uma homenagem, uma versão up de um post antigo ai que eu apaguei pouco tempo depois de postar.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Midnight Kiss... (01-01)



Vento no rosto. Céu claro. Cheiro de cidade pequena. Sem a nuvem de fumaça a macular o céu, e nem o cheiro a macular a vista. Sábado.
Há tempos não vinha a praia. Acho que desde a infância. Agora sou um jovem adulto. Um jovem profissional, como o "mercado" chama. Alma no trabalho, pois o trabalho dignifica. haha... Nem a pau!
Durante toda a viagem, venho refletindo nas consequências dessa minha decisão inconsequente. Segunda feira eu tenho que estar lá pro trabalho. Meus pais gostariam que eu passasse o Réveillon junto a eles, como tem mandado a tradição. Não esse ano, não nesse belo Sábado ensolarado.
Talvez pela primeira vez em minha vida, fiz o que julguei ser o melhor pra mim. Bom, chega de preocupações...


Antes de qualquer coisa, essa é uma viagem de libertação. Preciso me livrar do velho eu. 
Quero sempre sentir o que estou sentindo neste exato momento. A liberdade na palma das minhas mãos, assim como as conchinhas que peguei lá na praia. Mente limpa, assim como o céu. Alma lavada na sagrada água do mar, assim como meus pés.


Que cidade é essa mesmo? Bom, não importa. Na parada do ônibus, já gostei daqui. Clima bom. Casinhas simples, mas muito bonitas - Os enfeites de natal, como de praxe, ainda se encontravam em boa parte delas, como na cidade de onde saí-. Pacata, sem ser bucólica. Senhorinhas de avental conversando na porta de casa, crianças batendo bola, assim como era no bairro onde cresci. Gostei daqui. Tudo isso me confunde. Isso se aproxima bastante ao que eu tenho como ideia de "lar". Coisas simples, mas são semelhanças. O que será que vou encontrar por aqui? Será que vou encontrar algo aqui? - eu busco um pouco de esperança, nada mais-. Mesmo com todas as pequenas semelhanças, aqui ainda é bem diferente do que conheço como "meu mundo".
Talvez isso se dê pela distância. Não calculei em horas, mas posso afirmar com clareza que estou bem longe do lugar que estou acostumado a chamar de "lar". Como dizem alguns, "Lar é onde o seu coração está". Mas como isso se dá no meu caso? Estou em busca do meu coração. Em outras palavras, estou em busca de um lar.


Pela primeira vez em umas 48 horas, olhei as horas. Antes de olhar, dei uma olhada no Sol, numa tentativa fútil de tentar descobrir as horas, pela posição do Sol no céu. 
O relógio dizia 14:38... 14:38! Eu chutaria, no mínimo 16:38, só pela sensação. Já tava ali sentado naquele muro desde a manhã, na hora que cheguei, admirando a imensidão do mar e pensando no que eu tava fazendo na minha vida.
O relógio dizia dizia 14:38. Mas não dizia só isso. Era como se gritasse comigo. Palavras de "contrarrevolução". 
"Desista dessa sua pequena revolução. Você não vai a lugar algum fugindo dos teus problemas. Volte pra lá e faça o que você tem que fazer. Você pode fugir de tudo, menos de si mesmo. Você chegou até aqui, isso não pode ser ignorado, mas ainda é pouco, se é que você busca mesmo tua liberdade. E digo mais: sei melhor do que ninguém que o tempo é deveras importante, mas você o superstima demais! Viva, em primeiro lugar! Olha o mundo ao teu redor..."
Meu Deus! Estou recebendo ordens do meu relógio! Nunca me encaixei no tipo de gente que considera normal, mas ouvir conselhos de um relógio... Ei! Calma aí... Quem, na face desse velho planeta, traz um caderno pra ficar escrevendo na praia?!?!! *hahahahaha* Sei que não tenho feito muito sentado aqui, olhando pro mar e pensando na vida, mas ficar escrevendo na praia é um insulto! *hahaha*
Será que ela tá ali faz tempo? Aposto que sim. Tentando me lembrar se eu a havia visto quando cheguei. Percebi que não tava prestando atenção. Será aquilo um diário? Pensando bem, a ideia não é lá tão idiota. Ela talvez esteja buscando inspiração, assim como eu. Convenhamos que ela está provavelmente tendo mais sucesso do que eu. Gostei daqui.
Praia. Garota. Tentando lembrar de algo, mas não vem nada... Ah! Como pude não lembrar? Verão passado. Coisa de cinema, eu largadaço na praia... de repente aparece Aquela garota, caminhando e olhando pra minha direção... uma coisa assim..Garota de Ipanema, fora de Ipanema, mas a história foi parecida. Passou, sorriu, me fez sorrir, olhou pra frente e... mais uma vez... coisa de cinema... olho pra trás pra me certificar - hoje sei que, assim como num lugar alto não se deve olhar pra baixo, numa situação dessas não se deve olhar pra trás, em todos os sentidos-... bom, olhei pra ter certeza se era mesmo comigo e vejo o que eu não esperava mesmo ver... um cara vindo, todo pomposo, sorrindo pra ela... Droga! Essa é uma daquelas coisas que de tão batidas, você pensa que nunca vai acontecer contigo e... é, aconteceu comigo.
15:20. Parece que nada mudou. O mundo continua mundo. Fiquei um bom tempo lembrando daquele fiasco. Queria não perder tanto tempo com essas coisas do passado. Queria não me preocupar tanto com o tempo. Queria não me preocupar mais com o tempo. 
Ainda tô aqui no muro. E a nova garota da praia, no mesmo muro, só que há uns quarenta metros daqui, se a minha visão e cálculos ainda estão bons.
Mais perguntas rolando na minha cabeça... peraí. Mais perguntas óbvias rolando na minha cabeça: "Será que ela me notou?", "Sobre o que ela estaria escrevendo?", "Será que ela é daqui, ou tá "perdida", assim como eu?"... quando, de repente... "Hey, lá vem você de novo com essa de garota da praia... ainda não se tocou? Essa não é sua praia!". *hahaha* Minha consciência é implacável. Cruel, sádica, sarcástica e implacável.
Lembro-me das palavras do Velho Raul: "Tente outra vez". Garota diferente. Lugar diferente. Não custa nada tentar. Oh, não... você de novo, não!
"Isso, tente de novo, e sofra outro fiasco. Gente como você não cansa de se surpreender... negativamente. Vai lá!"
Dessa vez, você pode tá certo. Será que vale a pena mesmo? Acho que não.
Mas, por outro lado, lembrei-me do propósito da viagem. Busco uma salvação, uma mudança. Um pouco de coragem e atitude não vai me fazer mal e, além do mais, o que eu vou perder?
"Você sempre bota essa mesma coisa na cabeça... mudar, mudar... Ninguém nunca muda... no máximo, um retoque aqui e outro ali, mas mudar, mudar mesmo, nunca... Me escute: não vale a pena. Volte pra casa, cancele toda essa loucura, esse mundo perfeito que você tenta me impor. Volte pra casa."
É... talvez seja melhor desistir de tudo isso. Talvez tudo isso seja loucura, e já tenha dado na minha paciência. É só mais uma das minhas tentativas frustradas e frustrantes de mudar alguma coisa, que seja, na minha vida...
Já me levantei... agora são só quarenta passos, manter a postura, não olhar pra ela, andar pra frente, chegar perto, sem aparentar nada. Isso pode dar certo.
Já olhei, droga! Ainda bem que ela não percebeu. Ela escreve freneticamente naquele caderno, diário, seja o que for. Parece que ela escreve como se fosse algo vital a ela, talvez como respirar ou coisa assim. Eu vou caminhando estranhamente, na minha tentativa furada de parecer cool. Concentração. Muita concentração, no que quer que seja. Vejo o horizonte. Montanhas. Não interessa. Preciso me focar em algo. Só mais alguns passos e...

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More