domingo, 26 de fevereiro de 2012

Uma dose de delírio de realidade


Cabelos negros, sedosos, razoavelmente compridos, olhos cor de mel pendendo para castanho, pele macia e bem tratada, sorriso e expressões faciais hipnotizantes. Estonteante. Talvez assim se defina a beleza daquela garota. Talvez. Se não for exatamente isso, é um algo um pouco mais intenso. Bem mais intenso.

Muito intenso também era o sentimento que ela despertava naquele rapaz. Ele fazia mil planos de como agir em sua presença, ali, todos os dias, naquele ambiente. Porém, sempre que era para executar o que foi anteriormente arquitetado, acabava por fazer tudo diferente. Surpreendia a si mesmo. Surpreendia a ela. Travavam longos papos sobre diversos assuntos...

Os dias passavam, e ele não sabia como agir para que conseguisse o que queria, por ter o máximo cuidado para não arruinar o que já havia construído, para não regredir no caminho que já havia percorrido. Ele, estranhamente, sentia-se tão próximo e tão distante dela, ao mesmo tempo.

Certo dia, percebeu que não haveria chances de alguma coisa acontecer se não falasse com ela o que sentia. Além de dizer tudo o que estava preso consigo há tempos, foi além: a beijou. Num primeiro momento, ela quis se afastar, assustada que ficou, não esperava por aquilo, mas retribuiu o carinho. Pediu um tempo a ele, para que pudesse refletir sobre a forma como as coisas aconteceram, muito rapidamente, e que daria um retorno assim que chegasse a uma conclusão, qualquer que fosse. O rapaz aceitou, apesar de saber que seriam tempos angustiantes esses de espera.

A primeira semana passara sem que ela aparecesse por lá, permitindo-o pensar em mil e uma possibilidades negativas. Cogitou a hipótese de entrar em contato, mas preferiu mesmo esperar.

9, 10 dias... Não ligava, não aparecia... Enquanto isso, o rapaz apenas escrevia, tocava e cantava (era uma forma de fazer o tempo passar mais rápido. Contudo, sem esquecê-la por um minuto que fosse).

14 dias... Completaram-se exatas duas semanas. Ele estava deitado, nem dormindo, nem acordado. Duas e quinze da madrugada. Toca seu celular. Ele atende. Era ela. Voz doce, suave, delicada como a dona... Queria encontrá-lo na manhã do dia seguinte. Ficou extremamente animado, mas não se levantou.

Passaram-se mais algumas horas, novamente seu celular toca. Dessa vez, não era ninguém, apenas o despertador. Aturdido, abriu os olhos. Sentada à beira da cama, a observá-lo, estava ela. Levantou-se, ainda mais confuso. Para ter certeza de que aquilo era verdade, a tocou, a beijou, a amou novamente, como aquela vez, no sonho.

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